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Em uma sociedade que está estimulada a consumir o tempo todo, onde o governo não faz sua parte e empurra para a sociedade um modelo de economia suicida onde em breve todos pagaremos um alto preço com alta inadimplência das pessoas e das empresas, uma sociedade onde você é medido pelas coisas que você compra e o status das marcas.

Para se ter status vale tudo. Os fins justificam os meios.

Em uma sociedade onde a Justiça dá um péssimo exemplo e mostra para as pessoas que para quem tem dinheiro e um bom advogado não há cadeia, a sensação de impunidade e o estímulo de driblar os processos, infligir regras e se beneficiar de informações ou compra de decisões  é algo que vem ocorrendo de forma crescente e latente na sociedade e nos negócios.

Hoje ser honesto é atestado de tolo.

E são só os políticos? E são só empresas como a recente Delta envolvida em falcatruas com políticos, tráfico de influência, benefício de aviões, casas, carros a pessoas do poder? E o Marcos Valério? E o marketeiro Duda Mendonça? Será que depois de seu nome envolvido em escândalos com caixa 2 na política nacional seus contratos com empresas privadas aumentou ou diminuiu? E o que leva grandes empresas buscarem justamente esse profissional?

O ex-ministro Palocci, consultor em horas vagas com contratos milionários com empresas privadas, será que é por que ele é um dos maiores consultores que nenhum outro administrador, economista, engenheiro, contador, jornalista ou gestor de negócios jamais poderá ser? Ou por sua penetração no poder e seu poder em influenciar e interferir em decisões? E as empresas que o contrataram será que não correram riscos se seus clientes soubessem seus nomes envolvidos com o caso e queda de Palocci?

E esses clientes que ao tomarem uma multa, ao estourar os pontos de uma CNH, ao ser parado em uma blitz contrata aquele despachante do jeitinho, aquele que some com seus pontos, que transfere multas para mortos, aquele policial que leva o almoço e a janta na blitz e não vê mais a irregularidade comprovada inicialmente.

Será que as empresas privadas são exceção? Não!!! Bancos fazendo vendas casadas desrespeitando as leis e o código de defesa do consumidor, um empréstimo por um seguro, um cartão de crédito por um título de capitalização e quem nunca passou por isso que levante a mão. No caso americano então bancos que levaram o país a ruína econômica após um socorro bilionário do governo para proteger os correntistas e o país pagou verdadeiras fortunas de premiações a altos executivos desses mesmos bancos.

Empresas no setor imobiliário e construção pagando propina para conseguir alvarás para facilitar suas construções e não ter dor de cabeça com os fiscais da prefeitura que após a propina paga praticamente esquecem que a obra está ocorrendo. Salvo quando há um acidente e o negócio vira notícia.

E as telefonias? Ahhh, as telefonias, agora participando do novo leilão da nova tecnologia de 4G e não podendo instalar nenhuma nova antena de transmissão pois é sofre pressão de entidades que lutam pela questão ambiental e por impacto de radiação, que mal conseguiram atender a tecnologia antiga com várias áreas de sombra pela cidade, como estão resolvendo e como vão solucionar essas questões? Muitas delas também com pessoas bem influentes nos ambientes do poder para poder liberar as novas antenas e novas formas de subsídios governamentais para expansão de seus sinais. Setor líder na reclamação de clientes no PROCON, a líder Telefônica, de telefonia fixa, resolveu mudar de nome para ver se os problemas acabam, virou VIVO. E foi fácil. Imaginem todos que tem problemas resolver mudar de nome?

As indústrias em seu setor produtivo estão mais conscientes com os recursos naturais como a água e energia, muitas com políticas e metas de redução de consumo em sua linha produtiva. Mas a procedência de matéria-prima ainda ronda as indústrias, aquela madeira de procedência duvidosa, aquela exploração de recursos de forma agressiva e sem compensação ambiental, a poluição das águas, etc.

O setor automobilístico que ainda sensibiliza o governo com chantagens de desemprego e com entrada de novos concorrentes fazendo com que o governo tome medidas protecionistas dificultando as novas opções e os preços mais baixos chegarem ao consumidor. A Volkswagen com o GOL e a GM com o Corsa passou anos sem inovação e voltaram a ter novos modelos pela forte política chinesa e empresas de ponta que visaram o consumidor médio com modelos mais acessíveis no que se refere a preço. O setor é responsável por uma taxa de inadimplência cada vez mais crescente e provocando uma alta taxa de endividamento das pessoas. O aumento nos números de busca e apreensões de motos e veículos é assustador. O proprietário perde o bem, vê seu bem ser leiloado e ele ainda fica com a dívida, claro impagável. Esse consumidor fica sem crédito pelo menos por 5 anos. Ele deixa de ser atrativo pelo mercado do consumismo.

E onde entra o relacionamento empresa X empregado nesse jogo? Como a sociedade do consumo é movida pelo dinheiro e por cenários as empresas e muitos gestores aproveitam o momento de crise para fazer a pior de todas as chantagens, a ameaça de punições e do desemprego. Sabem que com um cenário negativo o mercado de novas oportunidades se torna ainda mais difícil. E levam os profissionais a ficarem presos as necessidades básicas segundo a pirâmide de Maslow. Isso a longo prazo é péssimo para o funcionário que tem a consciência de que aquela empresa é perversa e na primeira oportunidade ele sai ou se adapta e até fica mas sem o comprometimento e a garra de ajudar a empresa a percorrer um caminho de sucesso. Não compram mais o discurso: a empresa crescendo eu cresço junto. E em um ambiente cada vez mais competitivo quem perde com um funcionário adaptado e sem garra é a própria empresa que o chantageou em momentos difíceis.

O Brasil vive um apagão moral. O sentimento de impunidade reina. Maus exemplos são vistos como histórias a serem estudadas e cases de sucesso a serem seguidos, verdadeiros especuladores da sociedade capitalista sendo usado como exemplo, como um caso de um empresário que forjou a própria quebra para comprar a parte dos irmãos e reinar sozinho, a Justiça parece que tarda mas não falha e está dando um belo castigo a esse espertalhão dando-lhe uma aposentadoria prematura, um outro ganhou até livro e é um dos maiores especuladores pois detém informações privilegiadas e zero comprometimento com o que assume em fazer, depois de um tempo, após ganhar milhões e como vivemos na sociedade do esquecimento pula para diversos empreendimentos. Os dados mostram que todos os números desse empresário de sucesso são negativos e seu patrimônio é uma verdadeira bolha.

E de bolha os americanos entendem bem, recentemente o IPO do Facebook mostrou ser o momento esperado por todos e se tornou a dor de cabeça de uma empresa que nasceu com mentiras,  trapaças e armadilhas, se cercaram de altos nomes do show business  e com o mesmo padrão de gestão, enganar. Mas o status de fazer bilionários é o que vale. E assim o Facebook é exemplo de sucesso. Em termos de números é mesmo, no que diz respeito a valores, ele é um fracasso.

Mas o que vale nessa sociedade do consumismo? Os fins realmente justificam os meios? Vale tudo pelo sucesso? E o sucesso vale em detrimento do outro?

Deixo uma frase de Mário Covas, um grande político, um saudoso defensor de valores:  ” Coragem, Dignidade, Respeito, Seriedade, Solidariedade, Perseverança e Honestidade. É por uma obra como essa que eu gostaria de ser lembrado”.

Vamos refletir e vamos resgatar os valores que sustentam uma sociedade. Vamos começar no nosso dia-a-dia, com pequenas ações, com respeito ao próximo, um dia de cada vez. Vamos voltar a nos indignar, vamos acreditar. Vamos voltar a ser organizações conscientes e transparentes e uma sociedade mais limpa e justa. Vamos em frente.

Mauricio Patomatti

Não poderia deixar de fazer nesse espaço uma humilde homenagem ao Secretário Barradas. Um homem simples, competente, dedicado, experiente e que muito fez para os avanços na saúde de São Paulo e do Brasil.  O Doutor Barradas era um homem preocupado e tinha como meta  melhorar a vida das pessoas.

Saúde todos nós sabemos são pequenos avanços a cada dia e sempre em busca de mais. Doutor Barradas fez e deu sua importante contribuição!

Abaixo o texto e uma justa homenagem do site de Geraldo Alckmin, candidato a Governador pelo PSDB em São Paulo e acho que representa bem o sentimento de todos os tucanos.

Mauricio Patomatti

Barradas, um exemplo.

O Brasil perde muito com a morte de Barradas. São Paulo perde demais. Dezenas de milhões de brasileiros, mesmo sem o saber, foram e continuarão sendo beneficiados pelo seu trabalho abnegado, determinado, discreto, de características quase apostólicas, marcado sempre pela competência e pelo compromisso em melhorar a saúde pública.

Barradas deu contribuições fundamentais para o SUS (Sistema Único de Saúde). Era um homem ativo, dinâmico, de uma experiência única, que tinha ainda muito a colaborar com todos os que sonham – como ele sonhava – como uma saúde pública melhor.

Fica na minha lembrança o esforço de um servidor, um cidadão dedicado ao bem comum, de espírito público admirável, que uniu, trabalhando com Serra, com Covas, comigo e agora com Goldman, determinação e competência para cumprir sua missão de servir à sociedade.

Barradas é um exemplo para todos nós.

Fonte e créditos: http:// http://www.geraldo45.org.br

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Dia 16/07/2009 às 19 horas no Mosteiro de São Bento houve uma missa em homenagem aos 10 anos de saudades de André Franco Montoro.

Como governador, na década de 80, Montoro descentralizou a administração do estado em 42 regiões de governo, atitude hoje estudada e comentada como audaciosa e visionária para a época. Hoje não podemos pensar em gestão pública sem pensar em descentralização do poder.

Montoro foi uma das principais lideranças na luta pela redemocratização do país e da campanha pelas eleições diretas para presidente da República. Ao lado de Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas e Lula esteve em todos os discursos e comícios pró-diretas, em 1984.

Em 1988, descontente com os rumos do PMDB, foi um dos fundadores e presidente do PSDB em 1988. Candidatou-se ao Senado em 1990, perdendo para Eduardo Suplicy. Voltou a atuar como deputado federal entre 1995 e 1999, ano em que faleceu.

Minha geração que tem 35 anos viu essa geração de políticos que inspiravam os jovens como Montoro, Covas, Fernando Henrique, Brizola e Lula com muita alegria mas hoje carregamos um ar de preocupação. Preocupação pois com o fim do governo Lula encerra-se um ciclo. Hoje não temos políticos inspiradores. Adoramos mais os programas, personagens, bonequinhos dos marketeiros do que tese e ideologia dos atuais postulantes aos cargos.

Vemos os escândalos do Senado e não nos responsabilizamos por nada e esquecemos que falta de nossa parte maior participação, cobrança e o direito de protestar com o que está errado. Escolher candidato pelo que apresenta e pesquisando sua história e não nos influenciando por modismo ou artifícios fáceis de manipulação.

Que esses 10 anos de saudades de Montoro nos ajude a pensar e a influenciar uma nova geração que se prepare, que se atualize, que goste de ajudar a mudar para melhor a vida das pessoas. Meu pai sempre dizia que político não podia ser visto como profissão, tem que ser missão.

Que a vida e obra de Montoro ajude a formarmos uma geração nova inspiradora, participativa e apaixonada pela mudança em busca de um país melhor sem interesses individuais.